segunda-feira, 31 de março de 2008

GT estuda medidas para atendimento de autistas no SUS

Um Grupo de Trabalho instituído pelo Ministério da Saúde está focado em fazer um diagnóstico das condições de atendimento oferecidas às pessoas com autismo no Sistema único de Saúde (SUS) e criar medidas para ampliação do acesso e qualificação da atenção. Os primeiros compromissos assumidos pelo Governo Federal e representantes da sociedade civil organizada foram de fazer uma campanha de esclarecimento da população, sobre como identificar e tratar o autismo e a organizar um mapeamento epidemiológico para levantar a prevalência do autismo no país.

A primeira reunião de trabalho aconteceu na Sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Brasília, no dia 26 de março.

Com informações da Agência Brasil.

Filme: Meu nome é Rádio


Com um elenco de grandes atores, como o vencedor do Oscar de melhor ator coadjuvante (pela atuação em Jerry Maguire) Cuba Gooding Jr. e o quatro vezes indicado ao Oscar, Ed Harris, este drama é inspirado numa história que aconteceu em 1976, na Carolina do Sul. Um rapaz autista (Gooding Jr.), que se deu o apelido de Rádio – por causa da coleção de aparelhos – passa o dia com um carrinho de supermercados, assistindo aos treinos de futebol americano, sem falar com ninguém. Depois de ser agredido por jogadores da pequena cidade, o treinador (Harris) passa a protegê-lo e transforma Rádio num misto de auxiliar e amuleto da sorte para o time.
Veja mais:

quinta-feira, 27 de março de 2008

Salvador, Fortaleza e Belém comemoram Dia Internacional do Autismo

O dia 2 de abril de 2008 é um marco importante para a luta pelos direitos das pessoas autistas. Nesta data, será comemorado pela primeira vez o Dia Internacional do Autismo. Instituído pela Assembléia Geral da ONU no dia 18 de dezembro de 2007, a data pretende ajudar a garantir e promover os direitos das pessoas com Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD), onde estão inseridas as diversas formas de autismo.

Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que o autismo ocorre em cerca de 5 pessoas em cada grupo de 10 mil, o que significa que o Brasil deve ter 95 mil autistas. Se englobarmos pessoas com traços mais leves de autismo, o número pode ser de até 1,1 milhão de brasileiros (seis para cada mil).


Salvador
Na Câmara Municipal de Salvador (BA), será realizada uma sessão especial sobre o Dia Internacional do Autismo, na próxima quarta-feira (2 de abril). Requerida pela vereadora Vânia Galvão, a sessão começa às 9 horas no Plenário Cosme de Farias e é aberta ao público. Representantes da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, do Ministério Público, da Associação de Familiares e Amigos da Gente Autista (Afaga) estarão presentes.

Fortaleza
Às 15 horas, acontecerá uma sessão especial na Assembléia Legislativa do Ceará, com a presença de representantes da Casa da Esperança - maior centro de atendimento para autistas do Brasil.

Belém
Em Belém (PA), está marcado um passeio na praça com a Casa da Esperança, na Praça da República, a partir das 9 horas.

Em diversas outras cidades, representantes de movimentos de familiares e amigos de autistas estarão em programas de rádio e televisão, falando um pouco sobre o Dia Internaconal do Autismo.

Autistas: eles são deste planeta

Autismo. Uma palavra desconhecida para muitos. Alguns a conhecem de um filme ou uma revista. Mas a maioria das pessoas não tem a mínima idéia do que se trata.
A palavra "autismo" surgiu a primeira vez nas descrições da esquizofrenia, em 1908. Foi Bleuler, em correspondência com Freud, quem a cunhou. Em 1943, dois cientistas, Kanner e Asperger, ambos austríacos, o primeiro morando nos Estados Unidos, o outro na Áustria, a usaram para descrever o mesmo padrão de comportamento: crianças e jovens que se mantinham alheios às pessoas à sua volta, demonstravam interesse fixo em determinados assuntos, linguagem “mecânica” quando falavam, tendência à rotina e à “mesmice”.

Não há consenso, na comunidade científica, sobre as causas do autismo. Essa síndrome é um dos grandes distúrbios da comunicação e da socialização. Pode se manifestar até os três anos de idade e ocorre quatro vezes mais em meninos do que em meninas. Vai do mais severo ao mais leve comprometimento, o que pode confundir o diagnóstico, levando às vezes a um tratamento inadequado. Alguns casos vêm aliados a outras síndromes, como: retardo mental, Down, X-Frágil, Rett, West, o que pode afetar ainda mais o portador, mas muitos, sem mais comprometimentos, têm inteligência média, enquanto outros podem ser bastante inteligentes.

Apesar do senso comum afirmar que eles não vivem neste mundo, que são totalmente alheios, isso não ocorre na maioria dos casos; essa falsa impressão se dá pelo fato de perceberem o mundo de forma diferente da maioria das pessoas. Parecem alheios, mas estão presentes e são extremamente sensíveis.

Estão aqui, do nosso lado. Apenas têm dificuldades para se comunicar. Essa idéia de que vivem em seu próprio mundo é porque os primeiros pesquisadores compararam o autismo com a esquizofrenia – cujos portadores, esses, sim, constroem verdadeiros mundos imaginários.

Tailândia promove, pela primeira vez, elefanteterapia para autistas

O efeito positivo do contato com cachorros, cavalos e até golfinhos já era bastante conhecido, mas a Tailândia encontrou um caminho inovador para amenizar o isolamento, a intolerância e a rejeição ao contato físico, comum em autistas: a elefanteterapia. O princípio é bastante semelhante ao utilizado na ecoterapia (com cavalos), mas o tamanho enorme dos elefantes e características especiais, como o fato deles moverem-se nem muito devagar, nem muito rápido, têm potencializado os resultados. As crianças aprenderam como os elefantes vivem, o que gostam de comer e o que fazem. Depois de entender os bichos, tiveram que conduzir seus elefantes, alimentá-los e banhá-los sozinhas. A última etapa foi montar e aprender a se comunicar com os elefantes. Os pais de quatro crianças autistas ficaram muito satisfeitos com a forma com que a terapia incrementou as expressões físicas e emocionais de seus filhos.

Desmistificando: Os autistas não podem ter uma vida profissional

Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) formam um espectro amplo, que vai de um autismo leve, como a Síndrome de Asperger, a autistas com sério comprometimento de nas áreas de comunicação, socialização e interesses gerais. Quanto mais severo o quadro, maior a dificuldade de adaptação ao mercado profissional.

Mas muitos autistas, inclusive diversos deles não diagnosticados ou diagnosticados tardiamente, estão em escritórios, consultórios, universidades, palcos, galerias de arte e em muitos outros locais de trabalho. Daniel Jansen, de 31 anos, acaba de completar seu mestrado em Biologia pela Unicamp, uma das universidades mais respeitadas do país, pesquisando crustáceos no litoral norte de São Paulo. Com talentos excepcionais para matemática, Felipe Mota, de 19 anos, estuda na Universidade Federal de Santa Catarina e sonha em ser pesquisador.

Por todo o Brasil e pelo mundo temos muitos exemplos de como autistas têm conseguido superar inúmeros obstáculos e transformarem-se em profissionais plenamente atuantes.