quinta-feira, 27 de março de 2008

Autistas: eles são deste planeta

Autismo. Uma palavra desconhecida para muitos. Alguns a conhecem de um filme ou uma revista. Mas a maioria das pessoas não tem a mínima idéia do que se trata.
A palavra "autismo" surgiu a primeira vez nas descrições da esquizofrenia, em 1908. Foi Bleuler, em correspondência com Freud, quem a cunhou. Em 1943, dois cientistas, Kanner e Asperger, ambos austríacos, o primeiro morando nos Estados Unidos, o outro na Áustria, a usaram para descrever o mesmo padrão de comportamento: crianças e jovens que se mantinham alheios às pessoas à sua volta, demonstravam interesse fixo em determinados assuntos, linguagem “mecânica” quando falavam, tendência à rotina e à “mesmice”.

Não há consenso, na comunidade científica, sobre as causas do autismo. Essa síndrome é um dos grandes distúrbios da comunicação e da socialização. Pode se manifestar até os três anos de idade e ocorre quatro vezes mais em meninos do que em meninas. Vai do mais severo ao mais leve comprometimento, o que pode confundir o diagnóstico, levando às vezes a um tratamento inadequado. Alguns casos vêm aliados a outras síndromes, como: retardo mental, Down, X-Frágil, Rett, West, o que pode afetar ainda mais o portador, mas muitos, sem mais comprometimentos, têm inteligência média, enquanto outros podem ser bastante inteligentes.

Apesar do senso comum afirmar que eles não vivem neste mundo, que são totalmente alheios, isso não ocorre na maioria dos casos; essa falsa impressão se dá pelo fato de perceberem o mundo de forma diferente da maioria das pessoas. Parecem alheios, mas estão presentes e são extremamente sensíveis.

Estão aqui, do nosso lado. Apenas têm dificuldades para se comunicar. Essa idéia de que vivem em seu próprio mundo é porque os primeiros pesquisadores compararam o autismo com a esquizofrenia – cujos portadores, esses, sim, constroem verdadeiros mundos imaginários.

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